segunda-feira, 8 de março de 2021

Mulheres samurai


(foto: historydaily.org)

Comumente, não era permitido às mulheres serem samurai, no entanto há exceções. Nas famílias de samurai, elas eram educadas nas artes guerreiras e recebiam elevado treinamento igual aos membros homens, combateram igualmente em certos períodos da história japonesa e há evidências históricas que indicam até 30% de mulheres nos campos de batalha.


(Imagem: Toyohara Chikanobu / domínio público)

Uma das armas que possuíam instrução era a Naginata, arma longa com uma lâmina curva à ponta, tendo atualmente em sua versão moderna, o Naginatado, mais de 90% de praticantes do sexo feminino, devido à essa influência histórica. Também carregavam sempre junto a si a kaito, uma lâmina curta que ficava escondida nas vestimentas, usada para defesa, ou para tirar a própria vida em situações extremas.


(foto: historydaily.org)

No período Edo (1603-1868) existiram as Beshikime, cujo trabalho consistia em cuidar da proteção e segurança de importantes mulheres dos senhores feudais e para tal eram oficialmente autorizadas a portarem a katana. Esse cargo era exclusivo de mulheres e muitas queriam ser Beshikime, pelo status e alto salário, mas apenas quem tinha a devida educação conseguia, sendo a maioria nessa função proveniente de famílias samurais, com conhecimento em técnicas de combate.


(Imagem: Toyohara Chikanobu / domínio público)

Uma samurai famosa é Tomoe Gozen, que viveu no início da era Kamakura (1185-1333), concubina de Yoshinaka Minamoto, famoso samurai e primo do primeiro Shogun Yoritomo Minamoto, juntos chegaram a derrotar um exército de 100.000 em apenas uma noite. Ela foi uma temível e corajosa general em batalha e junto com Yoshinaka levaram os Minamoto à vitória contra o Clã Taira na guerra Genpei.

 

Diz-se que comandava até 1.000 homens e se recusava a recuar mesmo quando seus oponentes homens lhe ofereceriam a oportunidade por causa de sua condição de mulher. O fim de sua vida está envolto em mistério e não se sabe ao certo como foi. Há 15 monumentos espalhados pelo Japão em homenagem à Tomoe Gozen.

 

(fotos: historydaily.org / divulgação do filme 'Koto Nakazawa: The Beautiful Swordswoman')


Outra nome famoso é o de Koto Nakazawa, que viveu durante o fim do período Edo, ela era filha de um mestre de kenjutsu e recebeu treinamento desde criança, tornando-se muito habilidosa. Diz-se que aos 14 anos de idade derrotou seu pai fazendo uso da Naginata. Ela tinha 1,70m de altura , muito superior à média masculina japonesa de 1,60m.

 

Nos períodos turbulentos da ocidentalização do Japão o shogunato recrutava pessoas comuns para defenderem sua causa. Ela vestida de homem, junto ao seu irmão, viajou para Kyoto, onde se juntaram a grupos especiais que tinham esse propósito. Há inúmeros relatos sobre suas habilidades no manejo da espada. Após a derrota do shogunato pelas forças imperiais na Guerra Boshin, foi permitido a eles o retorno à sua terra natal, onde ela buscou casar-se e constituir família, porém, com a condição de que o seu pretendente fosse mais forte do que ela. Nunca se casou e faleceu com 88 anos em 1927.

 

(fotos: Canadian Kendo Federation / Suio Ryu Iai Kenpo - Budo Asturias)


Atualmente muitas mulheres de todas as idades em todo o mundo, praticam artes tradicionais japonesas, como o iaido. E para salientar a maestria das mulheres no manuseio da katana em nossos tempos, citamos algumas das atuais 5 iaidokas japonesas que atingiram o 8º. Dan, graduação máxima na arte e muito difícil de ser alcançada.


Atsumi Hatakenaka 

(foto: Pinterest de Antonio Cifariello)


Michiyo Hirose


(foto: shimotsuke.co.jp)


Miyuki Kinomoto

(foto: Pinterest de Javi Rg)


Que cada vez tenhamos mais mulheres aderindo à prática das artes marciais japonesas, em especial ao iaido.


Feliz Dia Internacional da Mulher!


Jā matane (じゃあまたね)!


(fontes: historydaily.org / let's ask Shogo / wikipedia.org)

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